RETOMADA COM FORÇA TOTAL - Lula embarcou ontem (22) para fechar novos acordos internacionais com Japão e Vietnã

Como nos seus governos passados, o governo Lula3 tem implementado recursos ao agronegócio, o plano safra 2024/2025 abre crédito extraordinário de R$ 4,17 bilhões, para atender a necessidade de juros mais baixos que os do mercado para os produtores rurais. O crédito foi liberado através de MP (Medida Provisória) editada no final de fevereiro. Estes recursos só ainda não estão disponíveis porque o Tesouro Nacional suspendeu a concessão de financiamento do Plano Safra pelo fato de a Lei Orçamentária Anual 2025 (PLN 26/2024) ainda não havia sido aprovada pelo Congresso Nacional. Na semana que passou, parlamentares da bancada ruralista se mobilizam para lançar um programa de promoção da carne e demais proteínas brasileiras no exterior. A proposta, surge como uma resposta estratégica às pressões internacionais, especialmente da Europa, por padrões mais rigorosos de sustentabilidade e rastreabilidade dos produtos agropecuários. Denominado Programa Nacional de Promoção Internacional das Proteínas Brasileiras, o plano prevê a atuação conjunta do Ministério das Relações Exteriores e da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). A estratégia inclui a criação de estandes permanentes em escritórios internacionais e a realização de campanhas publicitárias voltadas à divulgação da qualidade e da sustentabilidade da carne brasileira. A movimentação parlamentar acontece meses após um episódio que gerou desconforto entre o Brasil e o mercado europeu. Em 2023, o presidente global do grupo Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou a suspensão da compra de carne de países do Mercosul. Diante da repercussão negativa, especialmente no Brasil, o CEO voltou atrás e divulgou uma carta de retratação. O episódio coincidiu com as negociações finais do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, concluídas em dezembro daquele ano. Para o setor do agronegócio, a nova proposta é mais do que uma ação de marketing trata-se de uma afirmação política de soberania econômica. "É preciso que nossos agentes políticos tenham claro que a política dos biocombustíveis não compete com a produção de alimentos. Pelo contrário ela estimula ao reduzir preços, impulsionar exportações e agregar valor à nossa produção", defende João Henrique Hummel, diretor-executivo da FPBio. Enquanto isso, no retorno a suas viagens internacionais, o presidente Lula da Silva embarcou neste sábado (22) para o Japão, de onde seguirá para o Vietnã. A missão internacional tem objetivos estratégicos: ampliar o mercado asiático para a carne bovina e suína do Brasil, impulsionar as vendas da Embraer e destravar negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão. A comitiva presidencial inclui empresários e parlamentares de peso, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O grupo parte com a meta clara de aprofundar as relações econômicas com dois parceiros asiáticos que ganham protagonismo no comércio exterior brasileiro. O Japão é uma grande economia, nosso mais tradicional parceiro na Ásia, e é a nona origem de investimentos estrangeiros no Brasil, com um estoque de US$ 35 bilhões nos últimos três anos. Queremos dar impulso a setores prioritários, além de explorar novos campos na relação bilateral. A expectativa é abrir o mercado japonês para a carne bovina e suína in natura brasileira, afirmou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores. Em um momento simbolico que não acontecia desde 2019, Lula será recebido pelo imperador Naruhito no Palácio Imperial, o que sinaliza a importância atribuída ao Brasil no atual contexto geopolítico. Um tema sensível e prioritário da visita será a tentativa de retomar as negociações entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia) e o Japão. O diálogo entre o bloco sul-americano e os japoneses esteve congelado nos últimos anos, em grande parte devido às dificuldades nas tratativas com a União Europeia. No dia 26, Lula embarca para o Vietnã, onde cumprirá dois dias de compromissos. O país vem se consolidando como um dos principais mercados do agronegócio brasileiro. "O comércio bilateral saltou de US$ 500 milhões para quase US$ 8 bilhões. A meta agora é chegar a US$ 15 bilhões em 2025". A retomada as viagens internacionais ocorre com força total, além do peso político dos encontros, a expectativa é que os acordos e avanços comerciais tenham impacto direto nas exportações brasileiras em 2025.
Fonte. Sputnik Brasil.