QUER FALAR DE IMPOPULARIDADE? Datafolha aponta que 67% dos brasileiros não querem Bolsonaro candidato

06/04/2025

A extrema direita festeja sempre que uma pesquisa aponta queda da popularidade do presidente Lula da Silva, fato comum, especialmente para quem tem a obrigação de atender as demandas da população. Alguns parlamentares chegam ao cúmulo de dizer que o presidente está acabado politicamente, o que as pesquisas desmentem. Mesmo com números abaixo do desejado, se a eleição fosse hoje Lula venceria qualquer nome da extrema direita, mesmo em segundo turno. O que a oposição sistemática omite a todo custo, é que apesar de insistir em se apresentar como pré-candidato à Presidência da República em 2026, mesmo estando inelegível até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta forte resistência popular à sua pretensão eleitoral. Segundo pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha, 67% dos brasileiros acreditam que ele deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro nome. Apenas 28% avaliam que Bolsonaro deve insistir em disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados foram coletados entre os dias 1º e 3 de abril, com 3.054 entrevistados em 172 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais. O ex-presidente inelegivel, tem articulado nos bastidores uma possível reabilitação, apostando em discursos de anistia para os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e mantendo forte presença política ao lado de aliados como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nos bastidores o que se vê, são aliados demonstrando desconforto com a estratégia de Bolsonaro de manter a pré-candidatura até a reta final, o que poderia inviabilizar a substituição por outro nome competitivo. Um aliado relatou que a indefinição prejudica o planejamento da campanha e a desincompatibilização de cargos públicos, necessária para a viabilização de outras candidaturas como a de Tarcísio, que teria de deixar o governo estadual até abril do ano que vem, caso venha concorrer à presidência pela extrema direita. Além das barreiras eleitorais impostas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro enfrenta ainda uma situação jurídica delicada. É réu no STF(Supremo Tribunal Federal), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado ao final de seu mandato, o que pode levá-lo a uma pena superior a 40 anos de prisão caso seja condenado. Neste caso a Lei da Ficha Limpa o impediria de qualquer tentativa, apesar de manter forte influência em setores da direita, sua capacidade de retorno institucional seriamente comprometida tanto pelo Judiciário quanto pela opinião pública.