PROCURE NO RÓTULO - Se não for melhor utilizado o prazo de validade vai expirar antes do previsto

Quando tomou posse em seu segundo mandato, o presidente norte- americano Donald Trump, se auto-intitulou, imperador dos EUA, deixando claro que não respeitaria limites institucionais. Seu objetivo era e é, subjugar a todos que consider adversários. Neste grupo estão a imprensa livre, e nações não alinhadas a seus ideais. A ideia tem sido governar por decreto, como se estivesse acima da Constituição. Nesta semana, deu um passo ainda mais ousado em sua escalada autoritária ao deflagrar uma guerra comercial contra o mundo, que fez evaporar trilhões de dólares nos mercados globais e escancarou o grau de imprudência da sua política externa. Ontem (05) porem, ele esbarrou com um inimigo poderoso, que pode pôr fim a seus desmandos. O povo americano respondeu em várias cidades do país, protestos gigantescos tomaram as ruas, em uma demonstração contundente de que os Estados Unidos ainda é uma sociedade aberta, democrática e viva. A tentativa de Trump de sufocar o debate público e impor um regime autoritário esbarra no maior obstáculo que ele poderia encontrar: a mobilização consciente de uma nação que conhece o valor da liberdade. Ainda que tenha vencido a eleição, Trump subestimou os alicerces da democracia norte-americana. Sua guerra comercial, baseada em tarifas unilaterais e rompimentos de acordos, é a expressão de uma visão ultrapassada do papel dos Estados Unidos no mundo. Num cenário multipolar e interdependente, tal política só gera retaliação, instabilidade e prejuízos como ficou evidente nesta semana, quando os mercados reagiram com pânico e os prejuízos econômicos se espalharam globalmente. E Trump não está sozinho, associado a Elon Musk, bilionário que usa suas plataformas digitais para disseminar desinformação e silenciar vozes críticas, estão promovendo uma política de "choque e pavor", tentando governar por meio do medo, da desorientação e da violência simbólica. Mas esse plano começa a falhar. As ruas deste sábado mostram que os americanos não aceitarão calados o desmonte de sua democracia. A sociedade civil, jornalistas, trabalhadores, jovens e movimentos sociais começam a construir uma frente ampla de resistência ao autoritarismo. Se isso não bastasse, as ações de Trump começam a afetar a maior economia do planeta, o capital começa a se afastar. Wall Street, que parecia alinhada ao Partido Republicano, se mostra cada vez mais desconfortável com o caos econômico provocado por Trump. A instabilidade criada por sua guerra comercial ameaça cadeias globais de suprimento, investimentos e empregos. A narrativa de que o isolacionismo trará prosperidade é desmentida pelos números e pela realidade. Por trás da retórica agressiva e dos decretos unilaterais, está um governo que perde legitimidade a cada dia, o império que Trump tenta construir começa de mostrar sinais de fragilidade. Como presidente da maior potência global, Trump pode ate se considerar formalmente poderoso, mas já começou a ser derrotado moral e politicamente, não por um rival específico, mas pelo povo americano. O mesmo povo o levou a Casa Branca em 2024, neste sábado foi às ruas para dizer: aqui, a democracia ainda vive. Se não mudar sua política de destruição, seu prazo de validade vai expirar antes do previsto, e não vai ser por um golpe (como tentado pela mesma extrema direita aqui no Brasil), mas por algo mais poderoso e legítimo a força de uma sociedade que não se curva diante de imperadores de fancaria.