O PLANO T - Vice-governador paulista já fala abertamente em Tarcisio candidato a presidencia

28/03/2025

Após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) tornar réu o ex-presidente, que já estava inelegível. A corrida pelo Palácio do Planalto em 2026 ganhou novos contornos com a declaração de Felício Ramuth (PSD), vice-governador de São Paulo, que admitiu publicamente a possibilidade de Tarcísio de Freitas (Republicanos) disputar a Presidência da República. Em entrevista ao programa Papo com Editor, do Estadão/Broadcast (so podia ser), Ramuth afirmou que a hipótese está "cada dia mais se consolidando", tornando-se o primeiro integrante da cúpula do governo paulista a lançar abertamente o nome do governador como presidenciável. "O cenário político acaba nos empurrando para caminhos que nem esperávamos ou para os quais não estávamos nos preparando. Isso pode acontecer", declarou Ramuth, ao comentar a possibilidade de Tarcísio se candidatar ao Planalto, mesmo diante das negativas públicas do governador e da insistência de Jair Bolsonaro em manter seu nome na disputa, apesar de estar inelegível. Partidos do Centrão estariam pressionando Bolsonaro a abrir espaço para um novo nome da direita até o fim deste ano. A recente transformação do ex-presidente em réu pelo Supremo Tribunal Federal, junto a outros sete aliados, por envolvimento na tentativa de golpe de 8 de janeiro, intensificou a incerteza em torno de sua viabilidade eleitoral. Em paralelo, uma pesquisa realizada com bolsonaristas em Copacabana mostrou que Tarcísio já desponta como favorito entre os apoiadores da direita. Ramuth reconhece que Tarcísio, embora aliado de Bolsonaro, tem postura independente. Como exemplo, citou as recentes declarações do governador em defesa das urnas eletrônicas, classificadas por ele como "referência mundial". "Assim como eu, que fui eleito três vezes por meio das urnas eletrônicas, ele confia neste sistema", afirmou. Ramuth sabe que caso o governador se torne um presidenciável, ele terá que assumir o governo paulista em até abril de 2026. Ele comentou, com serenidade, as movimentações políticas para a formação de uma nova chapa ao governo do estado. Dois nomes já demonstram interesse em compor uma eventual candidatura à reeleição com Tarcísio: o presidente da Alesp, André do Prado (PL), e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, atual secretário de Governo. "É claro que existe um cenário natural que é manter a chapa já existente, mas é natural também que outras forças políticas queiram se apresentar neste momento", disse Ramuth. "Tenho certeza que todos os nomes citados podem contribuir num futuro governo." Mesmo sendo vice de um potencial candidato de oposição a Lula, Felício Ramuth afirmou não defender a saída do PSD do governo federal. O partido ocupa hoje três ministérios: Minas e Energia, Pesca e Aquicultura, e Agricultura. Para ele, a composição nacional do PSD reflete realidades regionais diferentes: no Nordeste, mais próximo ao petismo, e no Sudeste, mais afinado à centro-direita. "Quando o próprio Kassab permanece em São Paulo, à frente de uma secretaria, isso deixa claro que o PSD paulista está mais alinhado à centro-direita", observou. Ramuth também comentou declarações recentes de Kassab, que chamou Fernando Haddad de um ministro "enfraquecido". Segundo o vice-governador, não se trata de um ataque pessoal, mas de uma constatação sobre a falta de respaldo político de Haddad dentro do próprio governo. "Ele expressou algo que, na verdade, se escuta nos corredores de Brasília", disse. [Ou seja mais uma fofoca de corredor do que um fato]. O vice-governador ainda criticou a condução política do presidente Lula, a quem acusou de estar desconectado da sociedade. Como exemplo, citou o projeto de regulamentação do trabalho por aplicativos, que, segundo ele, revela "falta de sensibilidade política". "Acho que o presidente Lula está preso ao passado, sem um olhar para o futuro", concluiu Ramuth. "Soma-se a isso a prática recorrente de gastar mais do que se deve. E, aliás, com a eleição se aproximando, essa tendência só piora". [Falando em olhar para o futuro o Brasil exportou em fevereiro uma marca histórica de carne bovina, isso graças aos novos acordos comerciais fechados]