Corrupção nos olhos dos outros é refresco
A velha máxima de "quem não deve não teme" perdeu totalmente o valor no novo governo. Um governo que se elegeu sob a égide da luta contra a corrupção. Isso tem revoltado internautas e tem fragilizado ainda mais a aliança do governo com aliados e até mesmo correligionários. Em fato mais recente sexta-feira(27) O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão de todos os processos que envolvem a quebra do sigilo do senador Flávio Bolsonaro no caso Queiroz. Dizer que as investigações do extinto Coaf que detectou movimentações financeiras 'suspeitas' entre Queiroz e o clã bolsonaro, é o mesmo que dizer que as imagens de uma câmera de segurança ao flagrar um assalto na calçada, não pode ser usada, sob a alegação de que ela não está ali para isso, e a imagem do ladrão não pode ser usada. Mas uma vergonha nacional. Depois da decisão atendendo a pedido do advogado de Flávio, Frederick Wassef, ser aceita pelo ministro, ele esteve reunido com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada no último sábado (28) fora da agenda oficial (seria para comemorar?). De acordo com Gilmar Mendes "ao invés de solicitar autorização judicial para a quebra dos sigilos fiscais e bancários do reclamante, o MP estadual requereu diretamente ao Coaf, por e-mail, informações sigilosas, sem a devida autorização judicial, de modo a nitidamente ultrapassar as balizas objetivas determinadas na decisão paradigma", observou o ministro. Além de inviabilizar uma investigação de CORRUPÇÃO, o ministro ainda determinou que, "diante da gravidade dos fatos", envolvendo a troca de e-mails entre o MP do Rio e o Coaf envolvendo a quebra "indevida" do sigilo de Flávio, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apure a responsabilidade funcional de membros do MP no episódio. E o Flávio passa inexplicavelmente de suspeito a acusador. Combate a corrupção nos olhos dos outros é refresco. O deputado federal Alexandre Frota ex-chegado do presidente Bolsonaro disse em seu Twitter "Onde estão os milhões de Brasileiros que estariam nas ruas caso Gilmar fizesse o mesmo pelo Lula? Agora vale agora é legal", destacando a parcialidade do Poder Judiciário, após o ministro do STF Gilmar Mendes suspender processos contra Flávio Bolsonaro.