LUTO - Ator de Hollywood perde batalha para um câncer grave na garganta

Conhecido por filmes como The Door, Batman e Top Gun, morreu na madrugada de terça-feira (01) o ator Val Kilmer, A família fez o comunicado oficial ontem (02). Segundo familiares, Kilmer relutava em buscar ajuda médica, apesar da insistência de seus entes queridos. O ator era adepto da Christian Science, religião que prega a cura por meio da oração em vez de tratamentos convencionais. Somente em 2015, após um sangramento grave, ele foi forçado a buscar atendimento médico. Mesmo depois disso ele resistiu ao tratamento médico contra um grave câncer na garganta devido a essas crenças religiosas, falecendo no último dia 1º aos 65 anos. Kilmer escondeu os sintomas por anos, utilizando cachecóis e roupas volumosas para disfarçar o inchaço no pescoço. De acordo com pessoas próximas, o artista evitava qualquer conversa sobre o câncer e afastava aqueles que insistiam no assunto. A Christian Science tem raízes na Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, e desde sua fundação, em 1879, incentiva seus fiéis a confiarem exclusivamente na fé para a cura de enfermidades. Durante décadas, membros da religião enfrentaram processos judiciais por negligência ao se recusarem a buscar ajuda médica para familiares doentes. Nos últimos anos, diante da queda no número de seguidores e da repercussão negativa de sua rígida doutrina, a igreja tem buscado se reformular. Recentemente, líderes religiosos passaram a permitir que seus adeptos recorram à medicina convencional quando considerarem necessário. Além disso, a instituição tem promovido campanhas para redefinir suas práticas como uma forma complementar de cuidado, semelhante a terapias alternativas como quiropraxia e homeopatia. Kilmer demonstrava grande devoção à Christian Science e chegou a escrever um roteiro sobre Mary Baker Eddy, fundadora da religião. No livro Ciência e saúde com a Chave das Escrituras, um dos pilares da doutrina, Eddy afirma que buscar auxílio médico é um ato de "derrota". Apesar da mudança de postura da instituição, Val Kilmer permaneceu fiel às crenças tradicionais da religião até os últimos anos de vida. Seu caso reacende o debate sobre os limites entre fé e medicina, especialmente quando a decisão pessoal impacta a saúde e o bem-estar do indivíduo.