INTERNACIONAL - Ucrânia terá que ceder a exploração americana de minerais raros em seu solo para pagar os custos da guerra

11/02/2025

Não é à toa que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ofereceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma parceria estratégica para exploração de minerais críticos no país. A proposta visa atrair investimentos americanos e garantir que os Estados Unidos tenham prioridade no acesso a recursos como terras raras, titânio e urânio, essenciais para indústrias de alta tecnologia e defesa, alem de uma clara tentativa de garantir seu futuro político. Zelensky afirmou que cerca de 80% dos recursos minerais da Ucrânia permanecem sob controle do governo, enquanto uma parte significativa está em áreas ocupadas pela Rússia. Ele alertou que, sem a parceria com os EUA, esses recursos poderiam acabar sendo explorados por países aliados de Moscou, como Coreia do Norte e Irã. A Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais de titânio, utilizado na indústria aeroespacial e militar, além de possuir vastas reservas de urânio e terras raras, fundamentais para a produção de eletrônicos e veículos elétricos. Como parte da oferta, Zelensky também propôs transformar as instalações subterrâneas de armazenamento de gás do país em um hub estratégico para gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos, o que poderia reduzir a dependência da Europa do gás russo. Com Trump de volta a presidencia dos EUA cresce a incerteza de apoio americano a Ucrania. E a proposta de Zelensky reflete o esforço de para manter o apoio internacional e evitar um cenário em que a Ucrânia fique isolada diplomaticamente. Entretanto, a oferta pode gerar controvérsia, já que a exploração dos recursos naturais ucranianos por potências estrangeiras pode ser vista como uma concessão excessiva em troca de apoio político e militar. Em recente entrevsita o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende recuperar os recursos bilionários investidos pelo governo norte-americano no país em meio ao conflito com Moscou e admitiu que a Ucrânia pode no futuro voltar a fazer parte da Rússia. "Eles possuem terras extremamente valiosas, tanto em minerais raros quanto em petróleo e gás. Quero que nosso dinheiro seja garantido, pois estamos gastando centenas de bilhões de dólares. Eles podem chegar a um acordo ou não. Podem ser russos um dia ou podem não ser, mas todo esse dinheiro foi investido, e eu digo que quero de volta", declarou Trump em entrevista à Fox News. Trump também ressaltou que os Estados Unidos "não podem continuar pagando" os custos da guerra como fizeram até agora. As declarações reforçam sua postura crítica ao apoio financeiro e militar dos EUA à Ucrânia, um dos temas centrais de sua candidatura nas eleições de 2024. O presidente mencionou que teria solicitado um ressarcimento na casa dos US$ 500 bilhões em minerais raros, e que a Ucrânia "essencialmente concordou" em fornecer essas garantias. "Assim, pelo menos não nos sentimos estúpidos", afirmou. O republicano voltou a afirmar que os conflitos entre Ucrânia e Rússia, Hamas e Israel, não teriam ocorrido se ele tivesse permanecido no cargo. As declarações surgem em um momento de intensas negociações sobre o futuro da Ucrânia. A Rússia tem reafirmado as condições apresentadas pelo presidente Vladimir Putin para pôr fim ao conflito. A estratégia estadunidense continua, primeiro o apoio na manutenção do conflito, para depois assumir os despojos.