INTERNACIONAL - Donald Trump elogia sistema eleitoral brasileiros

Esta, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro não esperavam. Ontem (25) o presidente Donald Trump assinou um decreto que reforça as regras eleitorais nos EUA e inesperadamente mencionou o Brasil como referência positiva em segurança eleitoral. A medida, que exige comprovação de cidadania para votar e amplia a fiscalização, destaca o sistema biométrico brasileiro como exemplo a ser seguido. Justamente um modelo questionado por bolsonaristas nas últimas eleições e que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro tenta desqualificar nos EUA. "A Índia e o Brasil, por exemplo, estão vinculando a identificação do eleitor a um banco de dados biométrico, enquanto os Estados Unidos dependem amplamente da autodeclaração de cidadania", afirma o texto do decreto, divulgado pela Casa Branca. A nova regra americana visa impedir que estrangeiros participem das eleições, exigindo que os estados tenham acesso a bancos de dados federais para verificação inspirado, segundo o documento, no modelo brasileiro. Além disso, o decreto condiciona repasses de verbas federais à adoção desses controles e proíbe a contagem de votos recebidos após o Dia da Eleição. "Diversos estados não cumprem essas leis, contando cédulas recebidas após o Dia da Eleição. Isso é como permitir que pessoas que chegam três dias depois, talvez quando um vencedor já foi declarado, votem pessoalmente em um local de votação antigo, o que seria absurdo", argumenta o texto. O elogio ao sistema eleitoral brasileiro, no entanto, pode mudar o cenário político nacional, já que o ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores frequentemente atacaram a confiabilidade das urnas eletrônicas, mesmo sem apresentar provas de fraudes. Até o momento, nem o governo brasileiro nem aliados de Bolsonaro se pronunciaram sobre a contradição. Durante sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (27), os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia destacaram um decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que menciona o Brasil como exemplo positivo de identificação de eleitores. As falas ocorreram durante o julgamento da denúncia contra o Jair Bolsonaro (PL) e outros sete investigados por tentativa de golpe de Estado.