ESSA DOEU - Nome preferido da direita para sucessão presidencial é frágil

04/04/2025

A pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem (03) provocou preocupação e incômodo entre aliados de Jair Bolsonaro ao expor a fragilidade do desempenho do candidato preferencial da extrema direita, governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O potencial candidato da direita à Presidência da República em 2026, de acordo com o levantamento, aparece com 15% das preferências entre os eleitores de direita, um resultado considerado aquém do esperado para quem ocupa o Palácio dos Bandeirantes, posto historicamente associado a candidaturas presidenciais fortes. A pesquisa mostrou uma disputa acirrada entre Tarcísio e outros nomes do campo bolsonarista: Michelle Bolsonaro (PL) vem logo atrás com 14%, seguida por Pablo Marçal (PRTB), que atinge 11%. Apesar do desempenho parecido entre os três, aliados de Bolsonaro demonstram insatisfação com o desempenho do governador paulista. "Governador com máquina na mão empatado com Michelle e Marçal, que tem apenas um [perfil no] Instagram", ironizou um interlocutor de Bolsonaro. A ausência de um nome consolidado para suceder Jair Bolsonaro, inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, escancara a fragmentação do campo conservador. A pesquisa mostra que 19% dos entrevistados não apoiam nenhum dos nomes testados e outros 16% disseram não saber ou não responderam. Para o entorno do ex-presidente, a falta de projeção de Tarcísio é sintoma de sua pouca habilidade política, mesmo à frente do principal estado do país. Um aliado afirmou que ele "precisa andar com o próprio motor" e fazer política por conta própria, caso deseje alçar voos nacionais. Por outro lado, mesmo que sua popularidade esteja abaixo do esperado, Lula da Silva lidera todos os oito cenários de segundo turno simulados contra nomes da direita. Contra Michelle Bolsonaro, Lula vence por 44% a 38%. Contra Tarcísio, a vantagem é de 43% a 37%. A maior diferença ocorre contra Ronaldo Caiado (União Brasil), com 44% a 30%. O levantamento, realizado com 2.004 eleitores entre 27 e 31 de março.