BANCADA O AGRO - FPA teme que taxação do amigo Trump chegue a produção agrícolas

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ampliar tarifas sobre a importação de aço e alumínio, acendeu um alerta na bancada do agronegócio brasileiro, formada em sua maioria por bolsonaristas. Parlamentares temem que o movimento protecionista avance e passe a atingir também os produtos agrícolas, setor fundamental para a economia do país. Líder da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), o deputado Pedro Lupion expressou preocupação com a estratégia comercial de Trump e seu impacto potencial no agronegócio. Segundo ele, as recentes taxações sobre o setor metalúrgico podem indicar um caminho semelhante para commodities agrícolas. "Causa receio. É natural. É um movimento que o presidente americano tem feito em todas as negociações. Tem muita bravata também, movimentos feitos para chamar [os demais países] para a mesa de negociação, como nos casos do México, Panamá e Canadá. O Partido Republicano é mais protecionista", afirmou o parlamentar. Apesar da preocupação com as barreiras comerciais, Lupion evitou fazer críticas diretas ao presidente republicano. A bancada do agro tem forte proximidade com Jair Bolsonaro (PL), aliado político de Trump. A nova taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, impacta os principais fornecedores. Canadá, Brasil e México, seguidos por Coreia do Sul e Vietnã, de acordo com dados do American Iron and Steel Institute. No Brasil, no ano passado (2024), 49% das exportações brasileiras de aço tiveram como destino os EUA. Marca superada apenas pelo Canadá. A medida tarifária foi oficializada na terça-feira (11) e caso o protecionismo se estenda ao setor agropecuário, a economia brasileira pode ser fortemente afetada, especialmente na exportação de soja, milho e carne bovina, produtos com grande dependência do mercado externo.